Panorama da redação

Quem são eles
Um podcast de narração de histórias em espanhol distribuído pela NPR
Localização
Global
Fundação
2011
Lançamento do programa de membros
2019
Ouvintes únicos mensais
90.000
Número de membros
1.325
Percentual de receita representado pelo programa de membros
10 a 15%

O podcast narrativo Radio Ambulante tem 90 mil ouvintes por semana que escutam em média 80% de cada episódio. Quando você pergunta aos ouvintes o que eles adoram, eles provavelmente dirão que parece que os anfitriões estão contando a história deles e que eles se sentem parte de uma verdadeira comunidade. 

A maioria dos ouvintes nunca se encontrará, porque estão espalhados por pelo menos três continentes — América do Sul, América do Norte e Europa. Mas a Radio Ambulante sabia que, se pretendia construir um meio de comunicação sustentável com um público fiel, precisava encontrar uma maneira de ajudar seus ouvintes a sentirem a presença uns dos outros — e precisava ser capaz de oferecer isso de forma constante.

Eles fornecem esse senso de comunidade por meio do podcast incluindo histórias de ouvintes; por meio de clubes de escuta, onde as pessoas se reúnem pessoalmente para ouvir os episódios; e por meio de um grupo no Facebook. Todas essas são iniciativas que eles conseguiram tornar rotinas, para que estivessem sempre disponíveis para os ouvintes. 

Todo esse trabalho não apenas criou uma forte comunidade em torno da Radio Ambulante — criou também uma comunidade de pessoas dispostas a apoiá-la financeiramente. Em setembro de 2019 eles lançaram um programa de membros — ainda um conceito novo na América Latina — e, um ano depois, têm 1.300 membros.

Por que isso é importante

Um dos principais motivos pelos quais as pessoas se tornam membros de um meio de comunicação é fazer parte de algo maior do que elas. Se seus membros não sentem a presença uns dos outros, você não está oferecendo a eles uma das motivações mais comuns para serem membros: uma comunidade. 

Mas uma comunidade só pode florescer quando está consistentemente disponível para seus membros. Ao cultivar a sua comunidade de algumas maneiras específicas, a Radio Ambulante tem sido capaz de criar rotinas em torno desse trabalho e de entregá-lo de forma consistente. 

Conforme a sua comunidade cresce, pode ser difícil encontrar os recursos para apoiá-la. Ao facilitar para seus maiores fãs sediarem eles próprios clubes de escuta, a Radio Ambulante conseguiu fazer essa comunidade crescer sem diluir a sua equipe. Eles descobriram a interseção entre as motivações dos membros e as suas próprias necessidades, o ponto de encontro que o MPP descobriu estar no cerne das rotinas dos membros. 

O que eles fizeram

Antes dos clubes de escuta, havia o grupo Clube de Podcast no Facebook. A Radio Ambulante lançou o grupo em janeiro de 2018 para que os ouvintes pudessem se reunir para falar sobre o podcast, como se fosse um clube do livro. O Editor de Crescimento, Jorge Caraballo, disse que eles queriam que os ouvintes pudessem falar uns com os outros, sem a equipe da Radio Ambulante como intermediária. 

O grupo do Facebook decolou. Os ouvintes apareciam todas as semanas para falar sobre o que os episódios os faziam sentir e fazer perguntas sobre o rumo que a temporada estava tomando. A comunidade cresceu tanto que outros ouvintes costumam cutucar Caraballo para responder às perguntas dos ouvintes. 

“Quando você escuta a Radio Ambulante, você se torna um personagem da Radio Ambulante”, diz Caraballo. “Os episódios te levam a assuntos ou coisas que te fazem sentir, que te fazem querer entendê-los por meio da sua própria experiência. Então você tem que compartilhar sua própria experiência para poder falar sobre os episódios.”

Foi a partir da forma como a comunidade se sustentou que a Radio Ambulante percebeu que havia potencial para a criação de clubes de escuta. Na época em que decidiram lançar os clubes, o grupo no Facebook tinha 7.500 membros. (Hoje o grupo tem 9.500 pessoas.) 

Os membros da equipe organizaram 20 clubes de escuta piloto nos Estados Unidos e na América Latina de fevereiro a maio de 2019 (a equipe é totalmente remota e está espalhada por todas as regiões). O formato era bem simples: ajudar os participantes a se conhecerem, ouvir um episódio de 30 ou 40 minutos juntos, discutirem o episódio depois e tirar uma foto juntos, como relatou o Nieman Lab. O feedback nas pesquisas de opinião pós-clube foi extremamente positivo.

Resultados da pesquisa de opinião com os pilotos de clubes de escuta (Cortesia da Rádio Ambulante)

Eles começaram tendo funcionários como anfitriões dos clubes, mas a Radio Ambulante logo percebeu que tinham muitos ouvintes ansiosos para serem eles próprios os anfitriões. Para apoiar esses voluntários, criaram um manual que inclui conselhos sobre tudo, desde quantas horas para reservar um local até como orientar uma discussão (manual em espanhol, manual em inglês). O manual inclui até folhas para colorir para ajudar a quebrar o gelo e ajudar os ouvintes a se concentrarem no podcast. 

“Desde o início, a ideia era conectar os ouvintes com eles mesmos”, disse Caraballo. “Queremos que eles assumam a responsabilidade e o controle da comunidade.”

Os resultados

Hoje, pelo menos 3 mil pessoas já participaram de um clube de escuta, e pelo menos 118 pessoas já foram anfitriões de um (é difícil para a Radio Ambulante ter certeza, porque você não precisa se registrar para ser anfitrião ou comparecer a uma reunião). Alguns clubes de escuta se reúnem todas as semanas durante uma temporada de podcast, da Cidade do Panamá a Paris. Um anfitrião de um clube de ouvintes colombiano-argentino que mora em Nova York recentemente entrou em contato com Caraballo para agradecer à Radio Ambulante por ajudá-lo a encontrar amigos que parecem ser da sua família. Eles recebem mensagens assim o tempo todo.

Mas a vibração da comunidade tornou outro canal muito mais difícil de gerenciar: o WhatsApp. A Radio Ambulante tem mais de 3 mil contatos em sua lista de WhatsApp e, ao contrário dos clubes de escuta, lá Caraballo não tem escolha a não ser ser o único anfitrião. Na temporada passada, Caraballo experimentou postar um link para o último episódio a cada semana, mas em algumas semanas ele recebeu até 200 mensagens pessoais dos fãs. Às vezes, demorava um dia inteiro para responder a todos, o que era insustentável.

Enquanto se preparam para lançar uma nova temporada, Caraballo pretende deixar bem claro para as pessoas do grupo de WhatsApp que é apenas uma pessoa do outro lado da linha e que ele não será capaz de responder a todas elas. 

Esta construção intencional de uma comunidade cultivou um público fiel disposto a apoiar financeiramente a Radio Ambulante. Em sua pesquisa de opinião anual na primavera de 2019, a Radio Ambulante perguntou aos entrevistados se eles estariam dispostos a apoiar o podcast com uma contribuição mensal. Sessenta por cento das 6.100 pessoas que responderam à pesquisa disseram que sim. A Rádio Ambulante lançou seu programa de membros em setembro de 2019 e, um ano depois, conta com cerca de 1.300 membros. 

Caraballo teve que ter cuidado ao deixar claro que a Radio Ambulante valoriza todos os membros de sua comunidade, especialmente porque o programa de membros — e as tarefas associadas a apoiá-lo — continuam a crescer. Quando lançaram o programa de membros pela primeira vez, muitos ouvintes preocupados entraram em contato com o grupo do Facebook, perguntando-se se logo seria uma discussão apenas para membros. 

A Radio Ambulante não tem planos de colocar essa comunidade — ou qualquer outra comunidade da Radio Ambulante — atrás de um paywall. Até agora, uma das únicas coisas limitadas aos membros é um bate-papo quinzenal no Zoom com membros da equipe. “Não queremos que o programa de membros seja visto como uma arrecadação de fundos no pior sentido da palavra. Queremos que seja uma consequência do engajamento. Não queremos que seja algo feito por causa do dinheiro”, disse ele. 

O que eles aprenderam

Só porque você produz jornalismo, não significa que você tem que fazer jornalismo o tempo todo. A Radio Ambulante constrói uma comunidade ao proporcionar conexão e contentamento. Seus clubes de escuta incluem folhas para colorir. Eles compartilham ilustrações e figurinhas do WhatsApp vinculadas ao podcast com seus membros. Em julho de 2020, com os clubes de escuta presencial suspensos, a Radio Ambulante organizou uma festa online de várias horas no Zoom. Eles contrataram um DJ popular. Pelo menos 700 pessoas estiveram no evento em algum momento entre 20h e meia-noite (com centenas permanecendo até as 3h). O evento gratuito arrecadou mais de US$ 1.000 em doações. Enquanto a tela principal passeava pelos participantes, eles brindavam, dançavam e erguiam bandeiras e placas para que todos soubessem de onde estavam ouvindo. 

Isso é particularmente importante no extenuante ciclo de notícias atuais, quando o público precisa de algo mais do que informação. Como Caraballo disse ao MPP, “pode ser gratificante ir além do jornalismo e abrir espaços criativos para [o público] participar. Penso nos Clubes de Escuta ou nas festas da Radio Ambulante no Zoom como rituais que conectam nossa comunidade a nós (e entre eles) de maneira profunda (…) As rotinas dos membros não devem se restringir à prática do jornalismo. ” 

A exemplo dos clubes de escuta e dos bate-papos quinzenais no Zoom, a Radio Ambulante planeja tornar este tipo de oferta mais regular para a comunidade. “Este é apenas um protótipo de algo que pode se tornar muito mais organizado e muito mais sustentável”, disse Caraballo.

Conclusões principais e alertas

Os membros não são apenas as pessoas que o apoiam financeiramente. Os ouvintes da Radio Ambulante fazem todo tipo de coisa para apoiar o crescimento do podcast, desde o envio de mensagens de voz à equipe para usar em episódios até a organização de clubes de escuta em sua comunidade. Como muitos meios de comunicação voltados para membros, a Radio Ambulante está pensando com muito cuidado em como garantir que eles continuem a se sentirem valorizados. “Eles são membros. Eles estão investindo recursos para ajudar a desenvolver a rede e a comunidade”, disse Caraballo. 

Seu conselho para outros meios de comunicação que tentam encontrar esse equilíbrio: “Tudo o que você fizer muito, muito bem, continue fazendo, continue melhorando. É por isso que eles estão lá. E então imagine: ‘O que você gostaria de receber de um meio de comunicação que compartilha sua missão? Isso está alinhado com seus princípios? E o que você acha que torna o mundo melhor e a sua vida melhor?’ E então apenas dê a eles a oportunidade de aproveitar isso e ter isso e fazer parte disso.”

Capacitar seus membros pode ser poderoso para você também. A Radio Ambulante tem uma pequena equipe responsável por um podcast de alcance global. Eles conseguiram apoiar a comunidade que cresceu em torno do podcast, descobrindo a interseção essencial entre as motivações do público — neste caso, fazer parte de uma comunidade — e suas necessidades para que outras pessoas se tornassem anfitriões informais da comunidade. 

Quando alguém faz uma pergunta no grupo do Facebook e outro ouvinte responde antes que Caraballo possa responder, é um sinal de que está funcionando — e quando a Radio Ambulante ajuda as pessoas a fazerem novos amigos através de Clubes de Escuta, isso é uma tacada certeira. 

Outros recursos 

Panorama da redação

Quem são eles
Uma estação de rádio pública na cidade de Los Angeles, que tem como proprietária a Rádio Pública do Sul da Califórnia. Eles recentemente se juntaram com a LAist para expandir sua presença digital.
Localização
Los Angeles, Califórnia, EUA
Fundação
2000
Lançamento do programa de membros
2000
Visitantes únicos mensais
2.004.000
Número de membros
80.012
Percentual de receita representado pelo programa de membros
48%

Entre janeiro e agosto de 2020, a KPCC/LAist recebeu mais de 4 mil perguntas de sua comunidade sobre o coronavírus e respondeu, com algumas exceções, respondeu a todas diretamente. 

A rádio também abordou as perguntas como uma pesquisa de audiência informal sobre como a pandemia afetou o dia a dia dos angelinos, usando-as para orientar sua cobertura editorial, eventos virtuais e até mesmo os métodos pelos quais levam as informações aos seus membros. Abordamos aqui como a rádio organizou seu fluxo de informação. 

Por que isso é importante

Quando o coronavírus chegou aos Estados Unidos, a KPCC já tinha muita experiência em deixar as dúvidas da comunidade guiarem seu jornalismo. Eles começaram a responder perguntas dos leitores desta maneira com o seu projeto Guia para o Eleitor Humano [“Human Voter Guide Project”], em 2016. Tiveram também um curso rápido sobre como fazer isso em momentos de emergência com os incêndios florestais na Califórnia, em 2019

Mas o volume de perguntas que receberam quando a pandemia começou a se espalhar pela Califórnia sobrecarregou a redação, forçando-a a sistematizar sua abordagem de uma maneira que nunca haviam feito. A equipe do Membership Puzzle Project escolheu se concentrar na sua resposta ao coronavírus, em vez de usos anteriores da plataforma tecnológica de engajamento Hearken, porque isso propõe um desafio: uma relação entre demanda de trabalho e equipe com que redações muito menores podem se identificar. O fluxo de trabalho que eles adotaram pode ser usado por redações de qualquer tamanho.

O que eles fizeram

Demoraram quatro anos solicitando perguntas sobre os mecanismos eleitorais por meio de seu projeto Guia para o Eleitor Humano até a KPCC receber mil perguntas (todas elas respondidas). 

Eles lançaram seus módulos de perguntas sobre o coronavírus em janeiro, começaram a receber dúvidas em números significativos no meio de março, chegando à marca de mil perguntas apenas quatro semanas depois. Eles embedaram o módulo da Hearken em quase todas as reportagens sobre a Covid-19 e no rodapé do seu SAC.

Para lidar com as perguntas que chegavam, criaram um fluxo de trabalho “se isso, então aquilo” (o link redireciona para para o seu próprio modelo descrevendo o fluxo). No ápice da pandemia, quase todos os repórteres da redação estavam trabalhando na cobertura de alguma maneira, então a equipe de engajamento criou seções separados por tópicos (como escolas de ensino fundamental, testagem, saúde mental e ensino superior) e designou repórteres para assuntos baseados em suas áreas de experiência. Seu modelo também diz respeito à linguagem usada em perguntas já respondidas e perguntas que buscam conselhos médicos. 

Eles dividiram as escalas de trabalho dos sete integrantes da equipe de engajamento, de modo que pudessem separar algumas perguntas para os fins de semana. Aumentaram também sua coordenação com um editor digital do site-irmão LAist, em que as respostas às indagações apareciam em um volumoso e constantemente atualizado FAQ chamado “Guia para Não Entrar em Pânico” (que se transformou nisso conforme o tempo passou).

O volume de perguntas sobre um assunto particular e a complexidade da resposta guia a decisão da KPCC sobre publicar ou não uma reportagem separada, mais profunda sobre um assunto, como fez com esse passo-a-passo de como receber auxílio desemprego

A KPCC criou um banco de dados para toda a redação da KPCC/LAist com todas as perguntas recebidas, o contato do responsável pelas indagações, o status da pergunta e se o repórter gostaria de conversar mais com a pessoa responsável pela pergunta. Ao fazer isso, garantiam que cada leitor recebesse uma resposta e que as preocupações da comunidade pudessem ser vistas por toda a redação, influenciando e guiando a cobertura editorial. O resto da redação regularmente recorria ao banco de dados por tendências, ideias de pauta e fontes. 

Conforme o número de perguntas vindas de fora da Califórnia crescia, eles convidaram jornalistas de outras partes do país para respondê-las (veja o formulário). A equipe da KPCC agrupou e tornou as dúvidas anônimas para proteger a identidade de quem as fez, as enviava para os voluntários. Logo após receber as respostas, as encaminhava diretamente para seus proponentes. Eles também ofereceram suas reportagens sobre o coronavírus para republicação gratuita por outros veículos locais (essas relações já estavam estabelecidas devido a uma colaboração anterior durante o censo de 2020). 

A equipe também adaptou esse trabalho para pessoas que falam espanhol e audiências não digitais, criou m um resumo de notícias sobre a pandemia de segunda a sábado e lançou uma linha em espanhol dedicada para o seu serviço Groundsource. Também foi distribuída uma correspondência com as informações mais importantes para vizinhanças com menos acesso à internet banda larga. 

Os resultados 

Até 7 de agosto de 2020, a KPCC tinha recebido 4.005 perguntas sobre o coronavirus por meio da Hearken e respondido a 3.961 delas. Cerca de um terço delas veio de fora da Califórnia. Eles receberam mais de 200 indagações por meio do Groundsource. Em dois momentos, eles estavam recebendo tantas perguntas — dez por minutos — que precisaram contratar um produtor de engajamento em meio período para dar conta do volume. 

Eles enviaram 12.670 correspondências físicas, 7.199 delas em espanhol, e incluíram um número para seu serviço Groundsource em espanhol, que estavam começando a desenvolver.

Mais da metade das pessoas que fez uma pergunta pelo Hearken também optou por receber uma newsletter por e-mail, tornando-se a maior fonte de aquisição de e-mails da KPCC/LAist e, portanto, uma parte crucial de sua estratégia para aumentar a lista de membros. Mais de 800 doações — cerca de 40% delas levantadas na campanha mais recente da LAist — vieram de apelos por e-mail, uma grande mudança das campanhas tradicionais por rádio. 

A KPCC/LAist também fez questão de enfatizar a assinatura de newsletter em outras partes do site, que recebeu tráfego recorde devido ao “Guia para Não Entrar em Pânico” e o resto da cobertura do coronavírus (de março até maio de 2020, o acesso ao LAist.com foi 200% acima do normal).

As perguntas, por si só, também ajudaram na elaboração de uma cobertura editorial que tivesse melhor impacto. Elas também deram insights sobre como a Covid-19 estava afetando os integrantes da comunidade durante diversos pontos da pandemia: da mãe que estava em dúvida sobre cancelar o casamento da filha a moradores de casas de repouso sendo ameaçados de despejo por não seguirem as regras internas sobre o coronavírus.

Uma investigação sobre a crise de desemprego e eventos virtuais adjacentes desencadearam em conjunto 750 novas perguntas sobre o desemprego, escreveu a estagiária Caitlin Hernandez no Medium.

O que eles aprenderam

Desde que a KPCC começou a aceitar perguntas da comunidade pelo Hearken, em 2017, a emissora recebeu mais de 10 mil consultas da comunidade e respondeu 5.100 delas (as que não obtiveram resposta buscavam majoritariamente informações que a KPCC não tinha mão de obra para descobrir naquele momento. A KPCC respondeu a quem fez as perguntas explicando isso). A partir daí, aprenderam aque:

Jornalismo diz respeito a responder às necessidades de informação. “Eu aprendi que o jornalismo pode ser — e às vezes deve ser — a resposta mais simples e direta à pergunta de alguém. Não são só narrativas de 3 mil palavras ou uma reportagem de áudio bem produzida. Trata-se de responder às necessidades de informação — da forma que for necessário”, escreveu Hernandez no Medium

As perguntas também são informações úteis que os orientam em direção a um jornalismo de maior impacto. “Quando a nossa audiência vem até nós com uma pergunta, ela também fornece informações sobre como a pandemia irá afetar suas vidas cotidiana no mundo real. Isso orientou as reportagens da KPCC/LAist em algumas de suas melhores matérias e eventos virtuais neste ano — e sempre”, escreveu Hernandez. 

Você não precisa esperar até saber a resposta completa. Durante momentos de incerteza e isolamento, uma resposta parcial logo de imediato é bem-vinda, mesmo que não seja completa. 

O processo pode ser ao menos parcialmente automatizado. O sucesso da estrutura “Se isso, então aquilo” mostrou que a KPCC poderia continuar humana mesmo sendo mais sistemático. 

Agora eles estão explorando como podem usar a inteligência artificial para dar respostas às questões mais simples, liberando a equipe para se concentrar em indagações que demandam maior esforço e um toque humano. Por mais que a pandemia vá eventualmente deixar de ser manchete, a KPCC crê que essa abordagem será útil em coberturas prolongadas de outros assuntos urgentes no futuro, como incêndios florestais. 

Esse tipo de ajuda de alto nível demanda pausas para a saúde mental. Passar o dia inteiro ajudando membros da comunidade a atravessar o luto, medo, perdas financeiras, frustrações e raiva cobra seu preço. A KPCC aprendeu a escalonar dias de trabalho e fornecer pausas para a saúde mental, em especial para a equipe de engajamento, que precisa se relacionar mais profundamente com a comunidade.

Conclusões principais e alertas

Uma simples abordagem “se isso, então aquilo” pode ajudá-lo a expandir bastante seu leque. A redação da KPCC é bem maior que a da maior parte das redações que praticam jornalismo de engajamento. Sua equipe de engajamento tem sete pessoas — o tamanho de muitas startups de notícia. A abordagem “se isso, então aquilo”, contudo, pode ajudar até uma equipe de duas ou três pessoas a atender com eficiência às necessidades de sua comunidade.

Deixe a redação ver o trabalho. Sua decisão de facilitar para que toda a redação veja o fluxo de perguntas chegando e usá-la para orientar uma cobertura editorial de alto impacto e eventos virtuais também ajuda a aumentar o engajamento, credibilidade e eventos virtuais em toda a redação — uma boa lição para redações maiores com dificuldades para aumentar seu alcance. 

Outros recursos